Os media assumem-se como veículo da condenação moral do terrorismo e da exploração do medo com fins políticos, mas simultaneamente, na mais completa ambiguidade, difundem o fascínio bruto do acto terrorista, são eles próprios terroristas, na medida em que caminham para o fascínio (eterno dilema moral, ver Umberto Eco: como não falar do terrorismo, como encontrar bom uso dos media – ele não existe). Baudrillard, Simulação e Simulacro
Quando os media difundem as mensagens dos terroristas tornam-se os media terroristas. Isto não é um mero jogo de palavras.
Desta forma os terroristas entram pelas nossas casas, mesmo com as portas trancadas.
E assim o mensageiro é a mensagem.
Neste contexto, é preciso desligar o mensageiro.
-----------------------------------------------------------
Leituras posteriores:
- Baudrillard, Jean (1981). Simulacres et simulation. Éditions Galilée.
- Biernatzki, Williams (2002). “Terrorism and Mass Media”, Communication Research Trends, Vol. 21, n.º 1.
- Eco, Umberto (1968). La Struttura Assente. Milan: Bompiani.
- McLuhan, Marshall (1962). The Guttenberg Galaxy: The Making of Typographic Man. London: Routledge & Kegan Paul.
- Rantanen, Terhi (2005). “The message is the medium – An interview with Manuel Castells”, Global Media and Communication, Vol. 1 (2): 135 – 147.
Os contribuintes, através dos impostos e do Estado, pagam anualmente milhões de euros para a formação dos médicos nas universidades públicas. É bom que os médicos formados nestas universidades se habituem a servir os contribuintes, em exclusividade, pelo menos durante algum tempo (no mínimo, o necessário para que a despesa do Estado na sua formação seja coberta).


A Landscape at Sunset (1773)
Dependura o timão, bem lavrado por sobre a lareira
Um dia ouvi esta frase proferida pelos lábios de Arafat: “Não há força que sempre dure”. E apetece dizer: nem fraqueza. Mas quando a força se converter em fraqueza e a fraqueza em força, voltaremos à estaca zero, mas em pólos opostos e a história continuará. Quem nos garante que os fracos tornados fortes serão melhores que os actuais fortes então tornados fracos? Enquanto o ódio morar no coração dos homens, bem podem os governantes das superpotências deste mundo apadrinhar acordos de paz entre os beligerantes, com apertos de mão para a fotografia e sorrisos de conveniência. Não haverá paz enquanto o ódio não for erradicado do coração de cada homem.
Mais uma vez o gueto. Agora não à escala do bairro, nem da cidade, mas à escala de um país. O país dos israelitas, a nação do gueto! Das judiarias ao gueto de Varsóvia, de triste memória, e agora ao gueto de Israel, este parece ser o destino dos judeus errantes. E se recuássemos ainda mais no tempo, outros guetos por certo encontraríamos (em Jericó, na Babilónia, no Egipto faraónico…) encerrando este povo que se encerra e que agora impõe guetos aos outros – a faixa de Gaza não é mais do que um gueto...