«A dinâmica inelutável da competição e integração económica global tornou-se a ilusão da nossa era. Como Margaret Thatcher uma vez explicou: Não Há Alternativa.» (p. 182).
«Mas tal como as instituições intermédias da sociedade – partidos políticos, sindicatos e leis – dificultavam os poderes de reis e tiranos, também o próprio Estado democrático pode agora ser a principal ‘instituição intermédia’: situada entre os cidadãos impotentes e inseguros e companhias ou agências internacionais insensíveis e inimputáveis. E o Estado – ou pelo menos o Estado democrático – conserva uma legitimidade única aos olhos dos seus cidadãos. Só ele responde perante estes, e estes perante ele.» (p. 184)
Toni Judt, Um Tratado Sobre os Nossos Actuais Descontentamentos, Edições 70, 2010
Em democracia há sempre alternativa! E os governos têm duas: ou se colocam ao lado “dos cidadãos impotentes e inseguros” ou passam a servir as “companhias e agências internacionais insensíveis e inimputáveis”, ou por outras palavras, passam a servir os “mercados financeiros ” não democráticos. Se escolherem este segundo caminho, como parece que está a acontecer, então os cidadãos serão obrigados, mais tarde ou mais cedo, a encostar os governos à parede.
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