Enquanto isso, na América
trava-se uma batalha épica, uma espécie de contra-ofensiva desesperada, uma “Batalha
das Ardenas” contra a vaga neoliberal que tudo invade. Obama, contra a corrente
principal que se faz sentir no mundo, e também em Portugal, que visa a desagregação
do Estado Providência, tenta impor o ObamaCare,
e, dessa forma, democratizar o sistema de saúde Norte-americano, abrindo a
prestação de cuidados de saúde aos que no actual sistema se veem privados
desses cuidados, em suma, aos mais pobres e classes médias endividadas, aos que não têm dinheiro
para pagar às poderosas seguradoras pelos tratamentos necessários.
Esta gente contra a qual Obama
actualmente se bate – os do Tea Party
do Partido Republicano - não brinca em serviço na defesa das classes mais ricas
(move-os na verdade uma visão de classe). Recentemente votaram uma lei que
implica a retirada das senhas de alimentação do programa Federal a mais de 3,4
milhões de pobres em 2014. Outro insulto aos pobres noticiava o editorial do New York Times de 20 de Setembro.
O desfecho deste braço-de-ferro é
de extrema importância, pois não é só o ObamaCare
que está em causa. É a própria sobrevivência da democracia, na verdadeira
acepção da palavra.