quinta-feira, janeiro 28, 2016
Ainda Bauman, sobre o adeus à soberania
Se os ministros da Fazenda, do Tesouro ou das Finanças ainda são um “mal necessário”, os ministros da Economia são cada vez mais coisas do passado — ou meramente uma devoção hipócrita à nostalgia de uma soberania estatal outrora firme e hoje em rápida extinção.
Zygmunt Bauman, Em Busca da Política, Zahar Editores, 2000
Delicioso!
quarta-feira, janeiro 27, 2016
Quando a normalidade democrática é uma anormalidade.
A arte da política, se for democrática, é a arte de desmontar os
limites à liberdade dos cidadãos; mas é também a arte da autolimitação: a de
libertar os indivíduos para capacitá-los a traçar, individual e coletivamente,
seus próprios limites individuais e coletivos. Esta segunda característica foi
praticamente perdida. Todos os limites
estão fora dos limites.
(…)
Os poderes mais poderosos fluem ou flutuam e as decisões mais decisivas
são tomadas num espaço distante da ágora ou mesmo fora do espaço público
politicamente institucionalizado; para as instituições políticas do dia elas
estão realmente fora dos limites e fora de controle.
Zygmunt Bauman, Em busca da Política, Zahar Editores,
2000, (na Introdução)
Lamenta-se Pacheco, no Abrupto,
da perda da independência, da perda da soberania, da perda da democracia (não
se lamenta, curiosamente, da perda da política). Parece ter tido um rebate,
apercebendo-se, só agora, da nova realidade em que vivemos mergulhados e para a
qual já alguns cientistas sociais, como Zygmunt Bauman, já nos tinham alertado.
Os tempos são efectivamente novos. Os tempos são pós-democráticos e o poder já
não mora aqui. Os portugueses, na sua generalidade, não se aperceberam ainda – continuam
a votar no passado (ainda e sempre presos nos “labirintos da saudade”, quem
sabe?). Foi assim nestas eleições presidenciais: o candidato vencedor tem
raízes num Estado que de Novo, só o nome tem. É uma coisa de antanho, que nos
tem acompanhado quase quotidianamente, na rádio e na TV.
Ontem Guterres acabou, sem querer, por emitir um paradoxo, ao
desejar que "o país, agora que todos
os actos eleitorais estão concluídos, entre em plena normalidade democrática."
Mas, perguntamos nós, há algo mais normal numa democracia do que a ocorrência de eleições? Pelo
contrário, actualmente o acto eleitoral parece ser o único momento de
normalidade democrática nesta nova realidade pós-democrática e
pós-política em que vivemos. Com efeito, a única situação em que a democracia
se manifesta com toda a sua normalidade é durante os actos eleitorais. Depois
das eleições, a dita “normalidade democrática” desaparece, pois como refere
Bauman, os poderes decisórios encontram-se num “espaço distante da ágora ou mesmo fora do espaço público politicamente
institucionalizado”, muito para além, portanto, do alcance dos eleitores e
dos seus legítimos representantes.
Em suma, vivemos uma fachada democrática. O tempo
da “normalidade democrática” a que Guterres se refere, é um faz de conta.
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sábado, janeiro 23, 2016
domingo, janeiro 17, 2016
Na taberna
Jan Steen, Revelry at an Inn,1674
Quando estamos na taberna
Bebem dama e
cavalheiro,
bebe o clérigo e a senhora
bebe este e bebe
aquela
bebe o servo com a
criada,
bebe o lesto e bebe o
madraço,
bebe o branco e bebe o
negro,
bebe o pronto e o
hesitante,
bebe o douto e o
ignorante,
bebe o pobre e o
doente,
bebe o desterrado e o
ingrato,
bebe o jovem e o
ancião,
bebem bispo e deão,
bebem a freira com o
frade
bebe avó e bebe mãe
bebe esta e bebe este,
bebem cem, mil e o
resto.
Duram pouco seis
moedas,
quando bebes sem igual
bebem todos sem meta
bebe só a alma alegre.
Sendo assim és
amaldiçoado
E não te oferecem uma
gotinha.
Quem não nos ama maldito sejaE não seja recordado.
Carmina Burana (Séc. XIII),
in Umberto Eco, A Vertigem das Listas, Difel, 2009, pág. 140
in Umberto Eco, A Vertigem das Listas, Difel, 2009, pág. 140
José Malhoa, Festejando o São Martinho, 1907
sexta-feira, janeiro 15, 2016
Dias de tempestade
Aivazovsky, Navio no Mar Tempestuoso, 1887
Um furacão varre os mares dos Açores. Raro fenómeno em Janeiro. Os homens encerram-se nos seus lares. Neptuno está zangado. O mar espumoso eriça-se aos terríveis rugidos do vento e a chuva dança uma dança do Diabo. Rodopia, cai, tomba em todas as direcções.
quarta-feira, janeiro 13, 2016
segunda-feira, janeiro 11, 2016
Conrad
O mar veio ao nosso encontro, o mar imenso, sem caminhos e sem voz.
Joseph Conrad
Conrad navegou, decisivamente,
nos mares do sul. Naqueles mares e latitudes das calmarias desesperantes. Dos doldrums da alma. Naqueles mares onde vagueiam
perdidas as tempestades tropicais e os tufões, como criaturas que os varrem em
busca de navios igualmente perdidos. Foi um dos raros escritores marinheiros. Um
desbravador de horizontes, de povos, de homens e de mentes. Um homem de espírito
aberto e olhar perscrutador, como todos os marinheiros que já navegaram sob
diversos céus e testemunharam as várias intensidades da luz, em todas as latitudes. Com certeza vivenciou muito daquilo que nos
conta. E para o distante Sul consegue transportar-nos. Para lá dos limites da
sombra, para lá do equador. Mesmo que estejamos numa sala abrigada ou na solidão de um
quarto fechado.
Conrad é um pintor de paisagens e
de almas – do pânico à quietude, dos tétricos suores frios às sezões das terras
quentes. Mas os seus quadros exigem um certo afastamento físico para que se
tenha toda a percepção da cena pintada, como certos quadros impressionistas.
Na tripulação de uma escuna ancorada
frente a uma baía, numa ilha tropical, alguém tange uma guitarra que soa no ar
parado, quente e húmido dos trópicos. Alguém tange uma guitarra, atente-se, não
a toca, tange-a (um escritor medíocre não possui este domínio da palavra nem do
verbo. Um escritor medíocre diria, “toca guitarra”). E Karain, o rajá psicótico,
surge no tombadilho ladeado pela sua escolta de guerreiros malaios e pelo velho
portador do amuleto, afugentador de espíritos, que o acompanha sempre, para
onde quer que vá, cabisbaixo e de olhos postos no chão.
Inesperadamente, o céu turva-se. Então cai uma chuva plúmbea,
copiosa, quente e tropical.
A detonação isolada de um trovão ribombou no vazio com uma violência
que parecia capaz de abalar o círculo das colinas e um dilúvio quente
desprendeu-se dos céus. O vento amainou. Dentro da cabina fechada, suávamos; as
nossas faces escorriam; lá fora, a baía espumava como se fervesse; a chuva caía
na perpendicular, pesada como chumbo; varria o tombadilho, vazava do massame, golfava,
soluçava, esparrinhava, murmurava na noite cega. O candeeiro ardia com
dificuldade. Hollis, de tronco nu, jazia escondido sobre o albóio de acesso ao
paiol inferior, de olhos fechados e imóvel como um cadáver despojado; à sua
cabeça, Jackson tangia a guitarra e arfava uma endecha de amores sem esperança
e olhos como estrelas.
Joseph Conrad, “Karain: uma
recordação” in Histórias Inquietas,
Assírio & Alvim, 2010, pág. 28
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domingo, janeiro 10, 2016
Deus fantástico
Deus, inventado gradualmente, é talvez a maior obra de literatura fantástica.
Harold Bloom
Harold Bloom, O Cânone Ocidental, 5ª ed., Círculo de Leitores, 2013, pág.464.
Harold Bloom, O Cânone Ocidental, 5ª ed., Círculo de Leitores, 2013, pág.464.
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quinta-feira, janeiro 07, 2016
sábado, janeiro 02, 2016
O "pragmatismo"
No Conselho da Diáspora
Portuguesa, Cavaco Silva sublinhou que o pragmatismo tem dominado as decisões
dos governos da União Europeia face a uma realidade que se impõe às governações
ideológicas. Na verdade trata-se de uma realidade que se impõe à própria
democracia. O “pragmatismo” de que fala o presidente faz lembrar o do presidente
Benes que, em 1938, para poupar o seu povo à guerra e ao sofrimento, foi forçado
a ser pragmático ao ter de abrir as fronteiras da Checoslováquia à invasão dos nazis.
O “pragmatismo” de
que fala Cavaco Silva é a única escolha que resta aos governos da União
Europeia face ao poder avassalador dos mercados. E ai do governo que rejeite
esse “pragmatismo”. Será forçado a ser "pragmático". Até os mais rebeldes, como o
governo grego liderado por Tsipras, tiveram de atalhar caminho, aprendendo
rapidamente a serem “pragmáticos”. Hoje a democracia na Europa está ferida. Às
democracias europeias e aos povos da Europa resta apenas o “pragmatismo” da
ideologia do mercado, o único caminho, a única via, a única alternativa. Outros
poderes se erguem já, na determinação do destino dos povos, que não obedecem à
sua livre escolha democrática. Poderes que alguns divinizam, mas que estão
longe de ser divinos.
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