Cargueiros colossais sulcam os mares com tripulações
mínimas. Os seus contentores empilhados acomodam mercadorias produzidas nas
fábricas do mundo, quase todas na China.
Entre o Mar Vermelho e o Mar Mediterrâneo, no canal do Suez.
…somos postos no mundo para uma existência subterrânea de luta; uma vez
e outra chegaremos à luz, uma vez e outra experimentaremos a hora dourada da
vitória – e depois erguer-nos-emos recém-nascidos, indestrutíveis, tensos e
prontos para o que é novo, mais difícil, mais distante, como um arco que cada
necessidade meramente estica mais.
Pouco tempo tem havido para
escrever nos Trabalhos e os Dias. Os
trabalhos têm tomado conta dos dias. Os dias afogam-se em trabalhos que não nos deixam
respirar. Qualquer fuga episódica ao trabalho está condenada ao fracasso. Pagam-se caras
as fugas com o acumular dos trabalhos aquando do regresso.![]() |
| Victoria Nuland ao centro. |
“A austeridade está a matar o projecto político que é a Europa.” Não me diga?!
Foi presciente John Kenneth
Galbraith quando disse um dia que “a grande dialéctica do nosso tempo não é, como antigamente se supunha e alguns ainda supõem, entre o capital e o trabalho, mas entre a empresa e o Estado.”
Hoje, para cúmulo, temos alguns “lacaios” das “empresas” metidos no
governo dos Estados. O seu comportamento é como o de um vírus ou de um cavalo
de tróia. Uma vez no governo dos Estados, começam por retirar espaço à acção dos
próprios Estados, para que as empresas que servem possam conquistar esses mesmos espaços, que
se constituem afinal como novos mercados, novos prados, sempre cobiçados pelo
olho gordo da grande empresa capitalista (ou pelos chineses, diga-se de
passagem, tão arreliados que ficaram por não poderem comprar o porto do Pireu).