
© AMCD

© AMCD

Quando as predições sobre a apocalíptica escassez de recursos fracassam
reiteradamente, temos de concluir que a humanidade escapou milagrosamente
sucessivas vezes de uma morte certa, como um herói de um filme de acção de
Hollywood, ou que há alguma falha no pensamento que predisse a apocalíptica
escassez de recursos. A falha foi apontada em múltiplas ocasiões. A humanidade
não sorve os recursos do planeta como uma palhinha num batido até que um
borbulhar lhe diga que o recipiente está vazio. Em vez disso, quando as
reservas de um recurso que se extrai facilmente começam a escassear, o seu
preço sobe, levando mais gente a querer conservá-lo, a chegar a depósitos menos
acessíveis ou a encontrar substitutos mais baratos e mais abundantes.
A história da censura resume-se nesta fórmula. É a história da política
contra a reflexão. No momento em que alguns seres humanos amadurecem o suficiente
para conhecerem a verdade sobre si próprios e sobre a sua condição social, os
detentores de poder desde sempre tentaram partir os espelhos que revelavam aos
seres humanos quem eram e o que lhes acontecia.