sábado, maio 25, 2019

É preciso salvar a Terra! (Who really gives a fuck anyway?)


Andam para aí a dizer que é preciso salvar a Terra. Insensatos! Não é a Terra que precisa ser salva, são vocês seus idiotas! Não compreenderam? A Terra não precisa de vocês para nada, vocês é que precisam dela. A Vida acaba sempre por encontrar o seu caminho, connosco ou sem nós. Antes de o Homem ser Homem outros seres por cá respiravam e quando partir outros respirarão.

Precisamos salvar a Terra?! Pelo mote continuamos a julgar-nos super-poderosos, dominadores, salvadores do mundo. Pois o mote está errado. A Terra não precisa ser salva, precisa ser amada como uma mãe. Só assim nos podemos salvar.

Nós e a nossa circunstância.

quinta-feira, abril 18, 2019

terça-feira, abril 16, 2019

Water, water everywhere!

© AMCD

No Gerês o rumor da água soa em todos os caminhos.

Velha aliada de carvalhos tranquilos.

Alegres os que caminham à sua sombra,

Alheios ao alvoroço do mundo.

O projecto europeu e a questão da imigração


A questão da imigração, sabemos hoje, está a ser altamente desestabilizadora nas sociedades ocidentais. O resultado do referendo do Brexit, a eleição de Trump e a ascensão de movimentos de extrema-direita e de demagogos populistas, por exemplo, resultaram da incapacidade das democracias actuais em lidarem com esta questão e com os imigrantes económicos (que muitos teimam em não distinguir dos refugiados, colocando todos no mesmo saco). Esta questão está a gerar incerteza, insegurança e dissensões no projecto europeu. Seria assim bom que os partidos que se apresentam agora às eleições para o Parlamento Europeu clarificassem muito bem a sua posição em relação à imigração. Qual das três posições cada um assume: porta aberta (entram todos), porta fechada (ninguém entra) ou uma imigração regulada? Cada uma destas posições tem as suas consequências para o projecto europeu e para a democracia. A continuar como estamos, não nos admiremos se o projecto europeu continuar a abrir brechas aqui e ali até naufragar.

Para que fique claro, sou a favor de uma imigração controlada, e de um apoio humanitário e de emergência aos que suplicam por refúgio enquanto a guerra e as perseguições políticas persistirem nos seus países de origem (“não se deve recusar água a ninguém”).

Não votarei em partidos que defendam uma política migratória de porta aberta. Não votarei em partidos que se manifestem por uma política migratória de porta fechada. Não votarei em partidos que não deixem bem claro qual é a sua posição nesta questão.

E não embarcarei na cantilena daqueles que querem fazer destas eleições europeias um voto de confiança ou de desconfiança em relação ao governo vigente. Essas eleições são lá mais para a frente.

A minha praia


sábado, março 23, 2019

A poesia visita as mentes com o fulgor de um raio

Heinrich Heine e a Musa da Poesia, 1894–1894
Georges Moreau de Tours

O poeta (como o homem moral na sua acção, que nunca é isenta de alguma impureza) sofre com as manchas que percebe na sua obra e gostaria de as remover a todas, até ao mais ínfimo vestígio […] Mas a poesia visita as mentes com o fulgor de um raio e o trabalho humano tenta segui-la, atraído, fascinado por ela e dela colhe o que pode e, em vão, pede que fique e se deixe remirar em todos os traços do rosto, mas ela já vai longe.  

Croce, A Poesia (1936), citado por Umberto Eco, Aos Ombros de Gigantes, Gradiva, 2018, p. 298.

terça-feira, março 19, 2019

O “fascismo nunca mais”


Tivesse Madeleine Albright escrito o seu livro um pouco mais tarde e haveria outro fascista a acrescentar ao rol*. Por certo um capítulo sobre aquele que preside ao país com maior número de falantes de língua portuguesa (cerca de 209 milhões de pessoas): Jair Bolsonaro. Sucede que escreveu Fascismo: Um Alerta, antes da eleição de Bolsonaro.

Paradoxalmente as democracias continuam a eleger fascistas.

O “fascismo nunca mais” era um sonho de Abril.

domingo, fevereiro 17, 2019

A essência da Escola

A escola foi inventada no tempo dos antigos Gregos como uma relação entre mestre e discípulos, tendo como horizonte o conhecimento, e, apesar de essa relação ter sofrido muitas mudanças, a escola continua a ser na sua essência, essa relação.

Carlos Fiolhais, David Marçal, A Ciência e os Seus Inimigos, Gradiva, 2017, pág. 225.

***

É isto a Escola. O resto é política, ideologia e “Ciência” da Educação. Sempre houve muita gente a querer meter o bedelho na Educação por motivos ideológicos e políticos, em particular a gente dos partidos políticos. Querem pôr a mão no futuro, para tentar moldá-lo a seu contento. Querem, de forma sub-reptícia, colocar a juventude nos seus próprios carris ideológicos. E a verdade é que a ideologia tem conseguido imiscuir-se nos programas escolares. Os professores, por sua vez, vão paulatinamente sendo convertidos em meros aplicadores de “conteúdos”, que se querem bem controladinhos, muito bem controladinhos… Hoje é a essência da escola que está a ser posta em causa.

A escola é demasiado importante para ser deixada a outros que não os professores.

Infelizmente os professores têm ido na cantiga daqueles que dizem que a escola é demasiado importante para ser deixada apenas aos professores.

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