segunda-feira, maio 09, 2022

O trauma da Primeira Guerra, da Segunda e da Terceira

Ninguém foi para a Segunda Guerra Mundial a cantar, nem mesmo os alemães.

Eric Hobsbawn

A Era dos Extremos, Editorial Presença, 3ª ed., 2002, p. 155.

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Cantavam enquanto marchavam para a guerra, os soldados da Primeira Guerra. Alegremente marchando para o matadouro. Isto no início, quando ignoravam a lama e a metralha, o gás e o arame farpado.

Para a Segunda Guerra marcharam em silêncio, temerosos e soturnos, com a memória da Primeira nos encéfalos.

Para a Terceira Guerra, como marcharão? Com lágrimas? Alguém marchará? Ou antes da bota cardada bater no chão, o chão marchará e os corpos arderão como tochas? Não, para a Terceira Guerra ninguém marchará. Só os loucos.

E no entanto, hoje é dia de marchas e de memória em Moscovo. Comemoram, mas não parecem estar a fazer um correcto uso da memória. 
Se não, não marchariam como marcham, carreando os monstros nucleares da Terceira Guerra pela trela. Não. Nem agiriam como agem. Nem gritariam como gritam: hurrá! hurrá! hurráaaaaaaaaaaaaaa!


terça-feira, maio 03, 2022

quarta-feira, abril 27, 2022

Escaladas

 

Eliot Ackerman, James Stavridis, 2034, 2ª ed., Penguin Random House, 2022.

µµµµ

Boa leitura, para quem gosta de escaladas. Nucleares é claro. Para lá já estamos a caminhar, não é verdade?! 

Impensável, diz Guterres. Pensável, dizem Ackerman e Stavridis. Pensaram e escreveram.

Esperemos que não passe da ficção científica.

Um bom livro, escrito por quem sabe do ofício militar.

segunda-feira, abril 25, 2022

 Ditadura nunca mais!


25 de Abril, sempre!


Mas o desenvolvimento e a democracia* ainda estão por cumprir.


O elevador social? 

A maioria, levou-os do rés-do-chão ao 1º andar, enquanto os ricos do costume subiam do 10º ao 50º.

Qual elevador social?

Prossegue ainda a reprodução social.

O filho do pobre, pobre será e o filho do rico, rico será.

Pesa uma dívida enorme sobre a cabeça dos nossos filhos,

Criada pelos que nos desgovernaram.

Ditosa pátria.

Equipar as Forças Armadas. Pois.

Quem pensam que somos nós?

O país com uma das maiores dívidas do mundo

tem de se defender. Não serão os outros a defendê-lo.

O país com uma das maiores dívidas do mundo

não é um Estado vassalo.

Mas o cobertor é demasiado pequeno: tapamos o peito, destapamos os pés.

Vamos equipar as Forças Armadas, pois.

Ou serão carreiras e salários o que mais importa?

O ordenado dos generais e dos marechais?

(Quantos generais e almirantes, meu Deus.)

Ou serão os canhões e os porta-aviões?

E o que vamos nós destapar, rica pátria?

A Educação, a Saúde, a Segurança Social?

Deixem-me rir.

O país com uma das maiores dívidas do mundo.

E se começassem por pagá-la?


É o que me apraz dizer no dia de hoje.

Lamento.


Que cantem, pois.

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(*) "No seu sentido mais forte, democracia significa um poder que não tem representação, que é exercido diretamente. O sistema representativo, tal como funciona na Europa desde o século XIX, foi criado por medo da democracia. A ideia subjacente é a de que o poder das massas, ou da maioria, é perigoso. E o sistema representativo surge para impedir o que seria uma democracia efetiva. É qualquer coisa como um ‘assunto de família’: um pequeno número de eleitores que escolhem um ainda menor número de representantes. No século XIX, com a extensão do sufrágio, criou-se uma situação que é totalmente ilegítima: o casamento entre representação e democracia. Assim surge este sistema misto que não é democrático e que também não é verdadeiramente representativo. Criou-se algo que ia contra a democracia, a saber, uma classe de políticos profissionais, de gente que é especialista no poder. Ora, isto é contrário à democracia, assim como à própria lógica do sistema representativo que supõe uma proximidade entre o representante e o representado. Este sistema ilegítimo dá, por sua vez, um enorme poder aos governos."


Jacques Rancière, Expresso, Revista E, 22 de Abril de 2022, p.46.

sexta-feira, abril 15, 2022

Huntington tinha razão

 

Samuel Huntington, O Choque de Civilizações, 1ª ed., Gradiva, 1999

Afinal foi Huntington quem tinha razão e não Fukuyama.

Do seu livro de 1996:

No entanto, aquela eleição [a presidencial de 1994] levantou a questão de a parte ocidental do país se separar da Ucrânia que estava mais perto da Rússia. Alguns russos concordariam. Como disse um general russo, «em cinco, dez ou quinze anos, a Ucrânia, ou melhor, a Ucrânia Oriental, voltará para nós. A Ucrânia Ocidental que vá para o inferno!» Contudo, essa Ucrânia, uniata e ocidentalista, só seria viável com uma forte e eficaz ajuda ocidental. Porém, tal ajuda só será provável se as relações entre o Ocidente e a Rússia se deteriorarem gravemente para se assemelharem às que existiam no período da guerra fria.

Samuel Huntington, op. cit, pág. 196.


sábado, abril 09, 2022

A União faz a força.




Viva a União Europeia!

Viva Ursula von der Leyen!

É ou não é uma bofetada na cara do Putin?

Onde está o Biden?
Onde está o Boris?

Ursula von der Leyen, honra-me, como cidadão da U.E., ao visitar Kiev durante uma guerra.

A mensagem?! "A Ucrânia pertence à família europeia." 

Alguém tem dúvidas?

sábado, março 26, 2022

O metro por casa


Para quando o Sol?

Para quando a paz?

Para quando a luz?

Para quando a corrida sob o céu limpo?

Para quando o brilho dos teus olhos alegres?

Para quando as brincadeiras no parque?

Para quando os teus braços e abraços?

Para quando, para quando, para quando,

os leves sonhos das noites tranquilas?   

quinta-feira, março 24, 2022

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