Dependura o timão, bem lavrado por sobre a lareirae tu próprio espera que chegue a estação navegável.
Então arrasta a rápida nau para o mar e nela coloca
A carga adequada, para que regresses a casa com lucro.
(...)
Cinquenta dias depois de volver o sol
quando chega ao fim do verão, fadigosa estação,
propícia se apresenta a navegação aos mortais: nem tu o barco
despedaças, nem o mar arruina os teus homens,
se, benévolo, Poséidon ou Zeus, rei dos imortais, os não quiserem destruir,
pois neles se encontra o fim quer de bens quer de males.
Hesíodo, Trabalhos e Dias

Um dia ouvi esta frase proferida pelos lábios de Arafat: “Não há força que sempre dure”. E apetece dizer: nem fraqueza. Mas quando a força se converter em fraqueza e a fraqueza em força, voltaremos à estaca zero, mas em pólos opostos e a história continuará. Quem nos garante que os fracos tornados fortes serão melhores que os actuais fortes então tornados fracos? Enquanto o ódio morar no coração dos homens, bem podem os governantes das superpotências deste mundo apadrinhar acordos de paz entre os beligerantes, com apertos de mão para a fotografia e sorrisos de conveniência. Não haverá paz enquanto o ódio não for erradicado do coração de cada homem.
Mais uma vez o gueto. Agora não à escala do bairro, nem da cidade, mas à escala de um país. O país dos israelitas, a nação do gueto! Das judiarias ao gueto de Varsóvia, de triste memória, e agora ao gueto de Israel, este parece ser o destino dos judeus errantes. E se recuássemos ainda mais no tempo, outros guetos por certo encontraríamos (em Jericó, na Babilónia, no Egipto faraónico…) encerrando este povo que se encerra e que agora impõe guetos aos outros – a faixa de Gaza não é mais do que um gueto...+-+Luz+da+Manh%C3%A3.jpg)

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