Photograph: Maxim Shipenkov/EPA
terça-feira, fevereiro 19, 2013
domingo, fevereiro 17, 2013
Terá o Papa abandonado a cruz?
REUTERS/ANSA/ALESSANDRO DI MEO
Agora que a poeira assentou, a
excepcional situação criada pela resignação do Papa levanta um conjunto de questões
sensíveis, em particular, aos católicos. Logo após a resignação do Papa pelos
motivos que se conhecem, ouviram-se vozes enaltecendo o acto, como sendo um
feito corajoso e perfeitamente aceitável, dadas as circunstâncias pessoais (físicas)
em que o Santo Padre se encontra. Poderíamos dizer contudo, que coragem seria
o Papa ficar no seu lugar até à morte, não obstante o seu sofrimento. A verdade
é que nunca, nos últimos 598 anos, um Papa abandonou a sua cruz. A verdade é
que a Paixão de Cristo encerra a mensagem de que cada um tem a sua cruz para
carregar, que o Salvador carregou a dele
(nas palavras do filósofo Miguel de Unamuno, na sua obra Do Sentimento Trágico da Vida). Que viver também é sofrer*. Assim,
esta abdicação não deixa de ser um sinal de grande fraqueza e crise no seio do
catolicismo. Por isso se compreende a pressa dos sacerdotes em normalizarem uma
situação irregular e que só enfraquece a Igreja.
_______________________________
(*) Consta que, num suposto certame, Homero foi questionado relativamente à melhor coisa que poderia acontecer aos
mortais, ao que o Poeta respondeu que “o
melhor para os mortais que habitam sobre a terra é não nascer; mas tendo
nascido, ultrapassar sem demora os portões do Hades.” (Já aqui fizemos referência a esta questão). O que queria dizer Homero com tão desgraçada
resposta, que não o favoreceu no referido certame? Que viver implica sofrer e
depois morrer, e que, quanto menor for a duração da vida, menor será o
sofrimento. É um ponto de vista difícil de aceitar nos nossos hedónicos tempos,
mas assim é. Viver implica carregar com essa cruz do sofrimento. Ora o Papa não
morreu, mas alijou a sua carga ao descer da cruz. Porém, do ponto de vista de um
católico, não se pode descer da cruz. Ou por outras palavras, não é lá muito
católico descer da cruz.
Quanto à cruz da Igreja, outro a
carregará, pois em breve teremos Papa, mas fica sempre a questão relativa ao
exemplo do Papa que abandonou a cruz antes do momento
habitualmente determinado por Deus – o momento da morte. Terá o Papa contrariado os desígnios de
Deus ao resignar por decisão pessoal e portanto, por decisão humana? Ter-se-á o Homem antecipado a Deus?
Consta que já relampejou na alta cúpula da basílica de São Pedro. Estará Deus zangado?
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Entretanto na Síria
Entretanto na Síria, os morteiros
continuam a semear a morte. Volvidos dois anos de revolução morreram cerca de
70 000 pessoas de ambos os lados, noticia a BBC. Quantas mortes poderiam ter
sido evitadas se o ditador tivesse resignado a tempo de evitar o
recrudescimento do conflito? A violência contra os primeiros manifestantes fez
as suas primeiras vítimas, e a partir daí cresceu como uma bola de neve. Eis a
prova mil vezes repetida de que a violência gera violência. O ciclo só pode ser
parado com a cedência de uma das partes ou a derrota militar de uma delas, o
que não se adivinha para breve.
Curiosamente parecemos estar a
assistir ao tipo de guerras quentes comuns no tempo da Guerra Fria, quando as
superpotências se furtavam ao conflito directo entre si. O Bashar tem atrás de
si o apoio da Rússia, da China, do Irão, etc. e os rebeldes, o apoio do
Ocidente e da Turquia.
Quem sofre? O povo sírio.
sábado, fevereiro 16, 2013
Delichon urbicum
Este ano chegaram cedo. Ontem avistámos as primeiras andorinhas-dos-beirais do ano, vindas de África. Hoje vimo-las atarefadas em Cabanas de Tavira, na construção dos ninhos.
Anunciam a aproximação da Primavera. Ficarão até ao fim do Verão.
sexta-feira, fevereiro 15, 2013
Talvez o maior saque da história, a seguir ao resgate de Atahualpa
David
Landes na sua magnífica obra, A Riqueza e
a Pobreza das Nações, narra o destino do Madre de Deus, um navio português do tempo em que a Ibéria era hiperpotência:
«Os Romanos tinham um aforismo, Pecunia non olet – “O dinheiro não cheira”. As pessoas podem
não gostar do modo como ele é arranjado ou da pessoa que o conseguiu, mas
gostam do dinheiro e irão aceitá-lo.
Num outro sentido, porém, o dinheiro cheira
fortemente e o seu odor atrairá gente de toda a parte.
Em 1592, a Inglaterra estava em guerra
contra a Espanha e Portugal, que, como já vimos, fora unido à coroa espanhola
pelo jogo do casamento e da herança. Cerca de quatro anos antes, os Ingleses
tinham repelido uma invasão espanhola e puseram a pique as embarcações inimigas
(a pretensa Armada Invencível). Agora, uma esquadra inglesa estava a postos ao
largo dos Açores para interceptar e capturar navios espanhóis provenientes do
Novo Mundo, talvez carregados com tesouros do México e do Peru, quando lhe
surgiu uma carraca portuguesa. Era a Madre
de Deus, de regresso da Índia e que rumava para Lisboa.
Era maior do que qualquer navio em que os
Ingleses já tivessem posto os olhos: 165 pés de comprimento, 57 pés de boca,
1600 toneladas, três vezes o tamanho da maior embarcação existente na
Inglaterra; sete cobertas, 32 canhões e outras armas, superstrutura em talha
dourada; e porões repletos de tesouros.
Ali estava a matéria-prima dos seus sonhos -
arcas abarrotadas de jóias e pérolas, moedas de ouro e de prata, âmbar mais
velho do que a Inglaterra, peças do mais fino tecido, tapetes dignos de um
palácio, 425 toneladas de pimenta, 45 de cravo-da-índia, 35 de canela, 3 de
macis, 3 de noz-moscada, 2,5 de benjoim (resina balsâmica, altamente aromática,
usada como base para perfumes e preparados farmacêuticos), 25 de cochinilha
(corante feito dos corpos secos das fêmeas de um insecto encontrado em climas
semitropicais), 15 de ébano. Mesmo antes que o comandante da esquadra inglesa
pudesse tomar a presa a seu cargo, a sua alvoroçada tripulação já tinha
atulhado os bolsos com tudo o que era possível.
Quando o navio apresado entrou no porto de
Dartmouth, destacou-se muito para além dos outros navios e dos telhados das
pequenas casas ao longo do cais. Comerciantes, correctores, vigaristas,
batedores de carteiras e ladrões surgiram de muitos quilómetros em redor,
vindos até de Londres e de mais longe, atraídos como abelhas para o mel - para
visitar o barco (os pescadores locais trafegaram incessantemente, e por alto
preço, entre o barco e a margem) e procurar marinheiros bêbados nas tabernas e
espeluncas, com a intenção de comprar, roubar, furtar e saquear a presa. Pela
lei Inglesa, uma grande parcela dos bens apreendidos era devida à rainha e,
quando Elizabeth soube o que estava a acontecer, mandou Sir Walter Raleigh até
lá para resgatar o seu dinheiro e punir os saqueadores. «Tenciono deixá-los tão
nus como estavam ao nascer», prometeu o valente Sir Walter, «pois Sua Majestade
foi roubada e das mais raras e valiosas coisas».
Quando Sir Walter ficou senhor da situação,
um carregamento avaliado em meio milhão de libras - quase metade de todo o
dinheiro do erário - tinha sido reduzido a 140 000 libras. Mesmo assim, foram
necessários dez cargueiros para transportar o tesouro, contornando a costa e
subindo o Tamisa até Londres. Depois do resgate de Atahualpa, este foi talvez o
maior saque da história. Esse naco de fortuna, essa prelibação das riquezas do
Oriente, galvanizaram o interesse inglês por essas terras distantes e colocaram
o país (e o mundo) num novo rumo.
Os Ingleses aprenderam outra lição com o Madre de Deus. Quando, alguns anos
depois, um rico navio apresado foi conduzido ao Tamisa para ser descarregado,
os homens que executaram a tarefa receberam como roupa de trabalho “gibões de
tela sem bolsos”».
David Landes, A Riqueza e a Pobreza
das Nações, Por que são algumas tão ricas e outras tão pobres, 6ª ed. Gradiva,
2002, pp. 165-167
***
Curiosamente
o subtítulo da obra “Por que são algumas [nações] tão ricas e outras tão pobres” acaba
por ser muito bem elucidado no trecho acima. Tudo se baseia na guerra, no
comércio, no roubo, no furto e no saque. E assim se fez a glória dos impérios.
O saque
prossegue entretanto, assumindo novas formas, mantendo porém a sua velha essência.
E assim
se constroem as riquezas e as pobrezas do mundo.
Mas no
que nos toca, tem a palavra Fernando Pessoa n’Os Colombos:
Os Colombos
Outros haverão de ter
O que houvermos de perder.
Outros poderão achar
O que, no nosso encontrar,
Foi achado, ou não achado,
Segundo o destino dado.
Mas o que a eles não toca
É a Magia que evoca
O Longe e faz dele história.
E por isso a sua glória
É justa auréola dada
Por uma luz emprestada.
Fernando Pessoa, Mensagem
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quinta-feira, fevereiro 14, 2013
É o Governo, estúpido!
Há quem se refira ao Estado quando
se deveria referir ao Governo e vice-versa. Será que nos querem confundir ou
estão confundidos? Isto chega a acontecer até com ex-governantes (refiro-me a F.J.Viegas, aqui), que apontam o
dedo ao Estado, quando consideram absurdas certas medidas legislativas com origem
no Governo.
Diabolizam assim o Estado quando deveria ser o Governo o visado.
Parecem ignorar que existe uma diferença entre Estado e Governo.
Vem isto a propósito de uma medida legislativa, considerada
absurda por muito boa gente, que obriga os consumidores à solicitação de factura
no acto de qualquer compra, correndo o risco de serem multados se, no caso de
interpelação por um "senhor da Autoridade Tributária e Aduaneira", os
consumidores não fizerem prova do pedido da factura.
Parece que a polémica tem origem nas alterações ao Código de
IVA decretadas pelo Governo no Decreto-Lei n.º 197/2012. Ora é um Decreto-Lei, e como tal,
trata-se de um acto legislativo com força
de lei, elaborado pelo Governo
(quem tiver dúvidas consulte aqui o Priberam). Pelo Governo, entenderam bem?!
Portanto meus senhores (ex-governantes incluídos), se não vos agradam as medidas
legislativas emanadas do Governo, não culpem o Estado por isso. Estão a falhar
o alvo. Ou será que é de propósito?
Alguns liberais da nossa praça são tão lestos a atacar o
Estado que até se esquecem, talvez convenientemente para eles, que a responsabilidade
é do Governo, no que se refere à idiotia das decisões tomadas.
Parece ser caso para dizer: é o Governo, estúpido!
_____________________________________________________
P.S. - Peço desculpa por utilizar tantas vezes e de forma redundante a palavra "Governo", mas talvez dessa forma a dúvida fique esclarecida de uma vez por todas.
Parece ser caso para dizer: é o Governo, estúpido!
_____________________________________________________
P.S. - Peço desculpa por utilizar tantas vezes e de forma redundante a palavra "Governo", mas talvez dessa forma a dúvida fique esclarecida de uma vez por todas.
quarta-feira, fevereiro 13, 2013
Estou a gostar de ler...
Dois pequenos grandes livros que nos ajudam a compreender a crise da Europa dos nossos dias. Tony Judt escreveu em 1996. O ensaio de Ulrich Beck é mais actual (2012). Entre os dois livros existem áreas de intersecção que apontam no mesmo sentido: o domínio da Europa pela Alemanha.
E a Europa que se prepare:
"A Europa e a sua juventude estão unidas na raiva por causa de uma política que salva bancos com quantidades de dinheiro inimagináveis, mas desperdiça o futuro da geração jovem."
Ulrich Beck (2012), A Europa Alemã, Edições 70. pp. 20
"A crise, diz Gramsci, é o momento em que a velha ordem mundial morre e em que é necessário lutar por um mundo novo, contra resistências e contradições."
Ulrich Beck (2012), A Europa Alemã, Edições 70. pp. 26
A leitura continua.
Os velhos partidos prosseguem alheios à mudança que se adivinha e ao meio em rápida mutação que os envolve. Ainda jogam no tabuleiro da velha ordem. Continuam a actuar como se a sociedade que os enquadra tivesse os mesmos problemas, interesses e contradições de há dois ou mais anos atrás. Talvez quando acordarem, seja tarde demais*.
Os velhos partidos já não dão resposta às aspirações da juventude, vítima das políticas que a conduziram até aqui. E "aqui" é o desemprego. A democracia representativa carece de democracia, está ferida, e não se dá conta. Os partidos do "arco da desgovernação" estão a cavar a sua própria sepultura e a da democracia também.
Entretanto, os políticos governantes, tudo fazem para que se "regresse aos mercados", não querendo reparar que dessa forma prosseguem a mesma lógica que nos lançou na dependência dos especuladores. E cada vez que "vão ao mercado", asseguram aos jovens um futuro ainda mais sombrio, de austeridade e dependência, um futuro sem futuro, um futuro colonizado, porque serão eles os convocados a pagar a dívida e os juros contraídos pela actual geração governante.
É por isso que é cada vez mais "necessário lutar por um mundo novo, contra resistências e contradições".
______________________________________________
(*) Como encarar, por exemplo, o ensimesmamento do PS, os seus conflitozinhos internos, enquanto o país se afunda na crise? Parecem actuar com a inconsciência daqueles que discutem a cor do bote salva-vidas a lançar ao mar, enquanto o navio se vai afundando.
Mas alguém pode esperar alguma coisa desta gente? Afinal não estão eles também entre os que nos conduziram até aqui? A esperança, se é que ainda há esperança, reside noutro lado. Tem de residir noutro lado.
______________________________________________
(*) Como encarar, por exemplo, o ensimesmamento do PS, os seus conflitozinhos internos, enquanto o país se afunda na crise? Parecem actuar com a inconsciência daqueles que discutem a cor do bote salva-vidas a lançar ao mar, enquanto o navio se vai afundando.
Mas alguém pode esperar alguma coisa desta gente? Afinal não estão eles também entre os que nos conduziram até aqui? A esperança, se é que ainda há esperança, reside noutro lado. Tem de residir noutro lado.
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segunda-feira, fevereiro 11, 2013
Um rombo na muralha do Império
Todos os impérios têm um fim. Por
vezes tudo ocorre muito rapidamente e a agonia é breve. Outras vezes, começam
por surgir sinais quase imperceptíveis de decadência. Rombos nas longínquas
muralhas que não são reparados nem notados no coração do império. Mas para lá das
muralhas, bárbaros atentos perscrutam Procuram linhas de fraqueza e brechas. É então por aí que decidem invadir o território abandonado e descuidado pelos seus antigos ocupantes. Aí, no limiar do império,
os bárbaros apercebem-se da fraqueza que invadiu o coração império. Apercebem-se que o tempo começou a correr a seu favor.
Pressentem que mais tarde ou mais cedo atingirão as imediações da capital imperial
onde irão erguer as suas tendas. E a partir daí darão a última estocada no touro moribundo.
Hoje, as muralhas que cingem os
impérios já não são feitas de pedra. São feitas de presenças e projecções de
forças - vasos de guerra, bases militares, territórios ocupados, etc. - nos lugares mais distantes do planeta. A retirada dessas forças é um
sinal de fraqueza e decadência imperial.
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