quinta-feira, janeiro 12, 2017
terça-feira, janeiro 10, 2017
Zygmunt Bauman «In Memoriam» (1925 - 2017)
Outro Mestre que parte: Zygmunt Bauman.
Faleceu no dia 9 de Janeiro. Ontem.
Lamentamos profundamente a sua morte. Já nos tínhamos habituado à sua imagem de ancião, surpreendentemente lúcido. Possuía uma lucidez na análise social do mundo contemporâneo que fazia inveja a muitos jovens.
Que pena que a sua voz se tenha calado para sempre. Que pena que este homem tenha partido. Hoje, que soubemos da sua partida, fomos invadidos por uma profunda tristeza. Estávamos a ler, com muito prazer, um livro seu (mais um), um diálogo com Carlo Bordoni, como se pode ver pelo post abaixo. E que diálogo.
***
Tenho os seus livros muito sublinhados. Ao lado de cada frase sublinhada uma interjeição: "É isto!"
***
«A sociedade humana distingue-se de um rebanho de animais porque é possível nela haver quem seja sustentado por outrem; distingue-se porque tem a capacidade de conviver com inválidos, e de tal maneira que poderíamos dizer que a sociedade humana nasceu com a compaixão e a prestação de cuidados a outrem, qualidades que são exclusivamente humanas. O problema que hoje nos preocupa diz respeito a saber como poderemos transpor essa compaixão e essa solicitude à escala planetária. Estou consciente de que as gerações que nos precederam se confrontaram com a mesma tarefa, mas hoje o caminho que deveríamos seguir, agrade-nos ele ou não, terá de começar pela casa e pela cidade de cada um de nós, agora mesmo.
Não consigo pensar noutra coisa mais importante do que esta. É por ela que temos de começar.»
Zygmunt Bauman
___________________________
Fonte: Zygmunt Bauman, Confiança e Medo na Cidade, Relógio D'Água, 2005, pp.86-87.
segunda-feira, janeiro 09, 2017
Liberalismo e neoliberalismo: para quem ainda tem dúvidas
Ao contrário do liberalismo
clássico, que contemplava um modelo puramente de mercado, deixado à iniciativa
privada e à livre competição sem nenhuma intervenção do Estado (“mais mercado,
menos Estado”), o neoliberalismo instala-se no próprio Estado. Wendy Brown argumenta que o neoliberalismo,
em contraste com o liberalismo clássico, tende a empoderar cidadãos para os transformar
em empreendedores; por conseguinte, em estabelecer uma ética sem precedentes de
“cálculo económico”, a qual se aplica a actividades em favor do público que
antes o governo garantia.
A prática do neoliberalismo submete as funções sociais do Estado ao
cálculo económico: uma prática invulgar, que introduziu critérios de viabilidade nos serviços públicos, como se eles
fossem empresas privadas, para ordenar os campos da educação, da saúde, da
segurança social, do emprego, da pesquisa científica, do serviço público e da
segurança sob uma perspectiva económica.
Consequentemente, o neoliberalismo
retira a responsabilidade do Estado, fazendo-o renunciar às suas prerrogativas
e avançando na direcção da sua gradual privatização.
Carlo Bordoni
(realces nossos)
___________________________________
Fonte: Bauman, Zygmunt; Bordoni, Carlo , Estado de Crise, Relógio D’Água, 2016, pp. 30-31.
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domingo, janeiro 08, 2017
Fuga pela madrugada
já não o encontrou.
Fugiu pela madrugada.
Ainda a névoa se levantava
nos frondosos bosques de sobreiros,
num frio e soalheiro dia de Janeiro,
num frio e soalheiro dia de Janeiro,
pela via-férrea abandonada
já longe se encontrava.
Quando a cidade carcereira acordou,
Em vão o buscaram,
no Norte, no Leste e no Oeste.
Foi para o Sul que descuraram.
O Sul, sempre o Sul.
Mediterrânico Sul
que nunca amaram.
sábado, janeiro 07, 2017
Mário Soares (1924-2017)
Para que neste blogue fique registado: Mário Soares morreu esta tarde.
Muito haveria a escrever. Outros fá-lo-ão ou já estão a fazê-lo. Mário Soares ficará para a História, a nossa História, que será escrita e reescrita e escrita novamente. Os vindouros saberão.
Curiosamente a recordação mais aprazível que dele tenho é a das suas apresentações na RTP 1 da série da BBC, O Século do Povo, quando no final rematava com o seu enfoque no século XX português. Uma História que em grande parte viveu e em parte protagonizou. Sabia do que falava. Recordo assim o Mário Soares na sua faceta pedagógica. Foi um homem do Século do Povo. Foi um democrata e um amante da liberdade, pois claro. Neste século XXI, interveio quando pressentiu que o neoliberalismo representava uma ameaça à democracia e ao Estado social.
Parte agora, quando a democracia se encontra em crise aguda, como se vê pela ascensão dos demagogos e pela separação entre o poder e a política.
Parte agora, quando a democracia se encontra em crise aguda, como se vê pela ascensão dos demagogos e pela separação entre o poder e a política.
Enfim, muito haveria a escrever. Outros fá-lo-ão e já estão a fazê-lo.
Até sempre Mário Soares.
O que amanhã sucederá, foge de sabê-lo
que o Acaso conceder, averba-o nos lucros.
E não desprezes a doçura do amor, nem as danças,
enquanto és jovem,
enquanto as cãs morosas estão longe
dos teus verdes anos. Por agora, procura o Campo de Marte
bem como os espaços onde à noitinha há doces sussurros,
à hora aprazada.
É então que, de um canto recôndito,
o amado riso denuncia a donzela escondida,
por lhe arrancares a ofertada jóia dos braços
ou o dedo que finge resistir.
Horácio,
Odes (I.9)
in Rocha Pereira (org. e trad.), Romana,
Antologia da Cultura Latina, 6ª ed. Guimarães, 2010, pág. 197
sexta-feira, janeiro 06, 2017
Um cheirinho a Benito
Será fascismo, o que aí vem? Já há quem lhe cheire a corporativismo. A Benito.
***
É uma pestilência que sopra do Oeste e atravessa o Atlântico.
Something is rotten in United States of America.
sábado, dezembro 31, 2016
O Mediterrâneo, no Porto
Nestes dias caminhei pelo Porto.
Não subi à Torre dos Clérigos, não entrei no Majestic, nem na livraria Lello & Irmão. Infelizmente
as multidões bloqueavam as entradas. Limitei-me a flanar pela cidade, pela
Ribeira e pela Foz. Contemplei o Douro e o Atlântico, mas a maior descoberta foi
o Mediterrâneo. Tropecei na obra por
acaso, na livraria Bertrand, quando folheava as Odes de Horácio, um livro caríssimo que me é caro, e que merece ser
caro, na secção de poesia. O meu olhar desviou-se para outros livros de
poesia mais baratos que lá estavam empilhados. Um livro prendeu-me
a atenção: ostentava na capa o desenho de uma oliveira. Após vários regressos à livraria,
e ao Mediterrâneo, de João Luís Barreto
Guimarães, lá adquiri o livro desse poeta nascido no Porto. É que sempre
que abria o Mediterrâneo o
Mediterrâneo encontrava, em todo o seu esplendor, em todo o seu perfume, em
toda a sua história e em toda a sua dor. O Mediterrâneo estava ali.Valeu a pena vir ao Porto encontrar o Mediterrâneo.
***
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sexta-feira, dezembro 30, 2016
Grandes aberturas: Criação
Sou cego, mas não sou surdo. E porque a minha desgraça não é completa
ontem fui obrigado a ouvir, durante quase seis horas, um auto-intitulado historiador
cuja descrição do que os Atenienses gostam de chamar «as Guerras Persas» era um
disparate de tal ordem que, se fosse menos velho e tivesse mais privilégios,
ter-me-ia levantado do lugar, no Odeon, e escandalizado Atenas inteira com a
resposta que lhe daria.
A verdade é que eu sei qual foi a origem das guerras gregas. Ele não. Como poderia sabê-la? Como poderia
um Grego saber uma coisa dessas? Passei a maior parte da minha vida na corte da
Pérsia e ainda hoje, com setenta e cinco anos, sirvo o Grande Rei, como servi o
seu pai, o meu querido amigo Xerxes, e, antes de Xerxes, o pai de Xerxes, um herói
conhecido inclusivamente pelos Gregos como Dario, o Grande.
Gore Vidal, Criação, Dom Quixote, 1989
***
Assim começa a Criação, de Gore Vidal. Com a irritação de Ciro Spitama, filho de
uma grega e de um persa, destacado na sua velhice pelo Grande Rei para ser embaixador
da Pérsia em Atenas, onde passará os seus últimos dias. Ciro irrita-se com a descrição
que ouve contar de Heródoto acerca dos feitos dos Gregos contra os Persas, numa
conferência dada pelo historiador no Odeon. Trata-se de disparates e inverdades,
a seu ver. Desta forma é dado o tom ao personagem que, ao longo de toda a história
narrada ao seu sobrinho, Demócrito, não se coíbe de desmistificar e minimizar
os feitos e as obras dos Gregos em relação aos feitos e às obras dos Persas.
Ciro
tem razão, se pensarmos bem. Afinal que relatos persas nos chegaram desses encontros
e confrontos? Porventura existiu algum Ésquilo ou algum Heródoto persa que enaltecesse
as façanhas dos próprios Persas ou nos transmitisse o seu ponto de vista acerca
dos factos? Os Persas não tinham as tradições escritas dos Gregos e as suas
façanhas eram valorizadas doutra forma, que não a escrita. Por outro lado os
historiadores, os poetas e os dramaturgos gregos, inauguraram uma velha
tradição que ainda hoje, infelizmente, persiste nas narrativas dos
historiadores actuais: a visão parcial dos factos; o enaltecimento dos feitos
realizados pelos seus próprios povos. Desse chauvinismo manso não parecem os
historiadores conseguir escapar. Aqui aplica-se um velho provérbio: é o olhar
do dono que engorda a galinha. Por muito imparciais que tentem ser, os
historiadores acabam sempre, mais tarde ou mais cedo, por trair essa intenção
de imparcialidade, nalguma frase ou ideia que deixam inadvertidamente
transparecer no seu “imparcial” texto.
Ciro Spitama é uma personagem brilhante
e marcante no seu sarcasmo em relação aos feitos dos Gregos. Ele questiona e
escarnece de uma civilização que por nós é unanimemente aclamada e da qual nos
orgulhamos, pois é a raiz da nossa própria civilização. Nesta obra de Gore
Vidal a civilização Grega é colocada no seu devido lugar, não só em relação à
Persa, mas também em relação à Chinesa e à Hindu.
***
P.S. É uma grande obra, esta Criação de Gore Vidal. Perdoa-se-lhe a alocução latina “non sequitur” (pág. 332) no pensamento do persa do séc. V a.C. entre outros, poucos, anacronismos. Não chegam para a beliscar.
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