No que me toca, prefiro, de longe, a antiga liberdade.
«No mundo antigo – na Antiguidade pré-cristã, em particular
na Grécia antiga, ou durante o longo reinado da cristandade -, a definição
dominante da liberdade envolvia o reconhecimento de que necessitava de uma
forma apropriada de autonomia. (…)
A liberdade, assim compreendida, não era fazer o que se quisesse, mas sim escolher o caminho certo e virtuoso. Ser livre era, acima de tudo, estar livre da submissão aos nossos desejos básicos, que nunca poderiam ser satisfeitos e cuja perseguição só podia criar mais desejos e descontentamento. Assim, a liberdade era a condição alcançada pelo autodomínio, pelo controlo dos nossos apetites e do desejo de domínio político.
A característica definidora do pensamento moderno foi a rejeição desta definição de liberdade em proveito de uma definição que nos é hoje mais familiar. A liberdade, definida pelos criadores do liberalismo moderno, era a condição na qual os seres humanos estavam completamente livres para perseguir tudo o que desejavam».
Patrick J. Deneen, Porque Está a Falhar o Liberalismo? Gradiva, 2019. pág.99






